Pelas estradas portuguesas, novos horizontes ao testar novo meio de transporte

Coimbra, Portugal

Coimbra, Portugal

Quando estive no ano passado na terrinha, simplesmente me apaixonei. Não imaginava que me surpreenderia tão positivamente com a cultura e o povo lusitano, uma conexão muita além apenas da língua. No dia que deixei Portugal já estava decidido: voltaria outra vez com o desejo de viajar de carro, mais ou menos sem rumo, para desvendar novas paisagens e faces do país tão acolhedor e festeiro. Só não poderia imaginar que este retorno seria tão rápido. A oportunidade apareceu em junho, por conta de outras demandas, mas também abriu o espaço para uma breve roadtrip.

A decisão já estava feita, seria mesmo uma viagem de carro, para aproveitar bem os três dias disponíveis. Não que tenha deixado de amar a viagem de trem, tão característica e parte do meu imaginário caricato do que é estar e viver na Europa. Porém, uma viagem de carro tem lá suas vantagens, como a possibilidade de fazer seu próprio roteiro, parar no meio do caminho, maior mobilidade quando se tem pouco tempo. A propósito, como acontece com todos os meios de transporte. Trem, carro, avião, cada um tem suas vantagens e desvantagens.

Se a viagem de trem já é diferente pelas características de infraestrutura e cultura, abastecer o carro nas autoestradas é mais uma demonstração dessas particularidades. Não apenas porque não há a figura do frentista, o esquema é “faça você mesmo”, mas o pagamento também é realizado depois do carro já estar abastecido, dentro da loja de conveniência.

A viagem sobre quatro rodas foi uma delícia. Destino: Norte de Portugal. Mais especificamente Porto, para presenciar a tradicional, e lotada, Festa de São João. Aí aparecem as vantagens do carro… vamos parar para almoçar onde? Coimbra? A ideia foi simplesmente entrar na cidade e parar num restaurante que parecesse agradável. Arriscado? Pode até ser, mas eu sempre acredito que o acaso te reserva coisas magníficas.

Jardim da Manga, Coimbra, Portugal

Jardim da Manga, Coimbra, Portugal

Em Coimbra não foi diferente, o restaurante localizado no Jardim da Manga, cheio de história e sabor, foi a melhor pedida para aquela tarde ensolarada. Como são pessoas que sempre dão o toque especial, o garçom que nos atendeu, José (como quase todo português), é daquele tipo de gente feita para o atendimento. Nos convenceu a comer até a sobremesa que não estava nos planos, e deu valiosas dicas da cidade, para nossa caminhada breve antes de seguir a estrada. Coimbra, como todo Portugal, também estava em festa. A voz da cantora de fado na praça central ecoava pelas vielas decoradas da cidade universitária.

Coimbra, Portugal

Coimbra, Portugal

Coimbra, Portugal

Coimbra, Portugal

E para achar uma vaga para estacionar em Porto em pleno domingo Festa de São João?! A tarefa parecia impossível, após duas voltas ao redor do hostel. Mas a sorte estava ao nosso lado (risos). Justo no momento em que eu desço do carro para checar na recepção do hostel quais alternativas me restavam, um dos carros estacionados bem em frente sai, nos presenteando com uma vaga gratuita, afinal domingos e feriados as vagas não são cobradas. Por sinal, se estiver de carro no país, nas cidades por onde passamos sempre vimos as regiões de Parking (com a sinalização) e uma máquina de moedas para pagar, algumas com período máximo da vaga. Ou seja, você precisa voltar lá para renovar o ticket (no mesmo estilo Zona Azul de São Paulo, ligeiramente mais moderno).

Sacada do hostel em Porto, Portugal.

Sacada do hostel em Porto, Portugal.

Já na pequena cidade de Aveiro, a aclamada Veneza portuguesa, a sorte não foi a mesma. A cidade é um charme, apesar da comparação, de fato, ser um pouco exagerada. Lá, em frente ao hostel, havia uma área de Parking pago, mas, liberado por conta do feriado. Mais ou menos, uma vez que toda crise cria oportunidades e a versão portuguesa do flanelinha já estava lá pedindo sua contribuição. Como gato escaldado tem medo de água fria, demos a contribuição. Com a preguiça de ir até a opção de estacionamento grátis, resolvemos no dia seguinte pagar as primeiras horas até ajeitarmos a saída. Pena que a máquina me roubou um euro, e, como tudo é automatizado, não encontrei o fiscal para reclamar.

Aveiro, Portugal

Aveiro, Portugal

Em Aveiro, a opção carro fez toda a diferença. Já na chegada, a meta era ver o pôr do sol, sempre um momento mágico, ainda mais do outro lado do Atlântico. Chegamos a tempo de ver o finalzinho da luz alaranjada no céu, com direito a corrida pela praia para tentar presenciar o último raio do sol. Claro, só conseguimos chegar a tempo na praia por estar de carro, e depois quase congelar com o vento intenso das praias portuguesas. No dia seguinte, antes de pegar a estrada, uma volta pelas salinas da cidade, rota impossível se não tivéssemos essa independência. Sem apologia ao carro, afinal nem tem um na minha cidade. Mas é preciso apreciar os benefícios e avaliar as renuncias de cada alternativa.

Salinas em Aveiro, Portugal

Salinas em Aveiro, Portugal

Na volta a Lisboa, antes de começarem os compromissos assumidos por lá, tivemos tempo ainda de passear por Óbidos, com seu lindo castelo e cidade medieval. Claro, sempre uma pequena aventura aqui, outro mico ali. O GPS nos orientou a entrar nos muros da cidade medieval e, de repente, nos encontramos dirigindo por ali, para só depois descobrir que somente o transito local era permitido e nos direcionarmos ao estacionamento. Pelo menos uma história para contar, já posso dizer que passeei de carro num castelo (risos)!

Óbidos, Portugal

Óbidos, Portugal

Óbidos, Portugal

Óbidos, Portugal

3 pensamentos sobre “Pelas estradas portuguesas, novos horizontes ao testar novo meio de transporte

  1. Roseli Aparecida disse:

    Tudo lindo Ju!! amei tudo, você precisa ser descoberta pelo Guia 4 Rodas!!

  2. Não seria nada mal, né?! …

  3. […] a trabalho ou a passeio?” A pergunta é recorrente quando eu comento que estive na Amazônia, Portugal, Piauí, aqui ou algum lugar. O questionamento não é assim tão inovador, de certo também já […]

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